Crítica: Um Lugar Silencioso: Dia Um

O silêncio nas grandes cidades é um fenômeno raro, geralmente associado a catástrofes. Durante a pandemia de COVID-19, vimos a quietude das cidades, mas na ficção, é uma invasão alienígena que silencia conversas, indústrias, carros e metrôs.

“Um Lugar Silencioso” se destacou por sua premissa intrigante: qualquer som pode atrair uma morte violenta pelas mãos de criaturas extraterrestres. Além da premissa, o filme brilha pelas atuações de John Krasinski, que também dirige, e Emily Blunt, a estrela comovente da saga.

Seis anos após o primeiro filme, “Um Lugar Silencioso: Dia Um” revela o que aconteceu em Nova York, uma das cidades mais barulhentas do mundo, no dia em que a Terra se silenciou. A direção de Michael Sarnoski, de “Pig – A Vingança”, transforma a cidade em uma entidade viva da trama, apesar de algumas limitações.

Distante da Nova Inglaterra, Sam (Lupita Nyong’o) enfrenta um dos piores dias de sua vida. Em uma visita ao teatro, ela e milhões de nova-iorquinos descobrem que aquele dia será lembrado como o início do fim do mundo.

As cenas nas ruas de Nova York são intensas, com tempestades de poeira e explosões, mas não trazem muita novidade. No entanto, a destruição é retratada de forma crível graças aos efeitos práticos e especiais detalhistas. As cenas em espaços menores, como túneis de metrô e estruturas metálicas, são mais interessantes e bem utilizadas pelo diretor.

Apesar de “Um Lugar Silencioso: Dia Um” parecer um derivado comercial, o carisma de Lupita Nyong’o e Joseph Quinn eleva o filme. A química entre os personagens reflete a conexão humana em circunstâncias catastróficas, semelhante aos capítulos anteriores. Diferente da dinâmica familiar dos Abbott, aqui vemos dois desconhecidos se unindo em meio ao silêncio, com a ajuda do adorável gatinho Frodo.

A franquia nos mostra que o som e o diálogo não são essenciais para criar laços, mas sim a intenção e, muitas vezes, a necessidade. De fato, acredito que o ciclo não se encerrou; talvez ainda precisemos de um “dia zero” para entender o que realmente causou a vinda desses seres extraterrestres ao planeta Terra e por que eles odeiam tanto o barulho e veneram o silêncio.

Nota 4.5

Por Dieguito C. Melo

Revisado por José Carlos Júnior

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